Paulo Freire foi professor de Língua Portuguesa do Colégio Oswaldo Cruz e diretor do setor
de Educação e Cultura do SESI (Serviço Social da Indústria) de 1947-1954 e
superintendente do mesmo de 1954-1957. Graduou-se pela Faculdade de Direito de Recife (Pernambuco). Ao lado de outros educadores e pessoas
interessadas na educação escolarizada, fundou o Instituto Capibaribe. Ele foi
quase tudo o que deve ser como educador, de professor de escola a criador de
ideias e “métodos”.
Sua filosofia educacional expressou-se primeiramente em 1958
na sua tese de concurso para a universidade do Recife, e, mais tarde, como
professor de História e Filosofia da Educação daquela Universidade, bem como em
suas primeiras experiências de alfabetização como a de Angicos, Rio Grande do
Norte, em 1963.
A coragem de pôr em prática um autêntico trabalho de
educação que identifica a alfabetização com um processo de conscientização,
capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e
escrita quanto para a sua libertação fez dele um dos primeiros brasileiros a
serem exilados.
Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de
Harvard, em estreita colaboração com numerosos grupos engajados em novas
experiências educacionais tanto em zonas rurais quanto urbanas. Durante os dez
anos seguintes, foi Consultor Especial do Departamento de Educação do Conselho
Mundial das Igrejas, em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria
educacional junto a vários governos do Terceiro Mundo, principalmente na
África. Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil para
“reaprender” seu país. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Em 1989, tornou-se Secretário de Educação no Município de
São Paulo, maior cidade do Brasil. Durante seu mandato, fez um grande esforço
na implementação de movimentos de alfabetização, de revisão curricular e
empenhou-se na recuperação salarial dos professores. A metodologia por ele
desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização e, por
isso, ele foi acusado de subverter a ordem instituída, sendo preso após o Golpe
Militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, foi convencido a deixar o país.
Exilou-se primeiro no Chile, onde, encontrando um clima social e político
favorável ao desenvolvimento de suas teses. Desenvolveu, durante 5 anos,
trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a
Reforma Agrária (ICIRA). Foi aí que escreveu a sua principal obra: Pedagogia do
oprimido.
Em Paulo Freire, conviveram sempre presente senso de humor e
a não menos constante indignação contra todo tipo de injustiça. Casou-se, em
1944, com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco
filhos. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo
Freire, uma ex-aluna.
Paulo Freire é autor de muitas obras. Entre elas: Educação:
prática da liberdade(1967), Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné-Bissau
(1975), Pedagogia da esperança (1992) e À sombra desta mangueira (1995).
Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa
através de numerosas homenagens. Além de ter seu nome adotado por muitas
instituições, é cidadão honorário de várias cidades no Brasil e no exterior
(conheça a comunidade freiriana).
A Paulo Freire foi outorgado o título de doutor Honoris
Causa por vinte e sete universidades. Por seus trabalhos na área educacional,
recebeu, entre outros, os seguintes prêmios: Prêmio Rei Balduíno para o
Desenvolvimento (Bélgica, 1980); Prêmio UNESCO da Educação para a Paz (1986) e
Prêmio Andres Belloda Organização dos Estados Americanos, como Educador do
Continentes (1992). No dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro,
intitulado Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa.
Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo, vítima de um
infarto agudo do miocárdio.
Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de
1921, em Recife, Pernambuco, na época, uma das regiões mais pobres do país,
onde logo cedo pôde experimentar as dificuldades de sobrevivência das classes
populares.
Referencias
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