A
paleografia é o estudo das escritas antigas. Este deriva do grego
palaio que significa antigo e graphia que significa escritura.
Etimologicamente,
a palavra "paleografia" significa "escrita antiga", pela junção das
palavras latinas paleo (antigo) e graphia (escrita). Assim, paleografia é
a designação dada à ciência que estuda os documentos antigos, sejam
eles escritos com letras ou com grafia musical, e seja qual for o
suporte da escrita (pergaminho, velino, cera, papiro, tecido, papel...).
Os documentos mais estudados pela paleografia são anteriores ao século
XVIII. A paleografia estuda as formas de escrita (cursiva, gótica,
carolina...), a história dos documentos, o suporte em que se encontra a
escrita e tudo o mais que possa contribuir para o esclarecimento da
história dos documentos, do contexto temporal, espacial e cultural em
que foram produzidos. Existem outras ciências auxiliares da paleografia e
das quais ela é, por sua vez, complementar, como a sigilografia (estudo
da escrita sobre selos), a diplomática (estudo de documentos oficiais),
a numismática (estudo de moedas), a epigrafia (estudo da escrita sobre
pedra), a papirologia (estudo de papiros) e a codicologia (estudo de
códices).
O
início da paleografia enquanto ciência remonta ao século XVII, com a
obra fundamental De re diplomatica de D. J. Mabillon (contudo, já no
século XVI, e mesmo antes, foram muitos os estudiosos que se dedicaram a
decifrar documentos antigos para as suas obras). Logo no século XVIII,
surgiu uma cadeira de paleografia na Universidade de Bolonha, outra no
arquivo da Torre do Tombo, em Portugal, com a denominação de Ortografia
Diplomática, e ainda na Universidade de Coimbra a de Diplomática, tendo
sido também nesta altura elaborado o primeiro tratado de paleografia
português conhecido (Paleographia ou Methodo de ler as letras antigas,
de Fr. João Crisóstomo de São Tomás). Personagens como D. José Barbosa
Machado, o conde da Ericeira e João Pedro Ribeiro contribuíram
grandemente para o desenvolvimento desta disciplina.
No
século XIX assistiu-se a uma intensificação do interesse nesta ciência
com o surgimento de Sociedades que a ela se dedicavam totalmente, como
foi o caso da École de Chartres, em França, e da Societas Apriendis
Fontibus Rerum Germanicarum, na Alemanha. Por outro lado, a proliferação
de academias e outro tipo de sociedades que se intensificou a partir do
século XVII, vocacionadas que estavam para o estudo dos mais diversos
ramos do saber, fez com que o recurso aos documentos antigos se tornasse
uma prática fundamental para a evolução da ciência e, como
consequência, que a paleografia se desenvolvesse e se revestisse de
grande importância.
Referências Bibliográficas
paleografia. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-04-16].
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