Podemos
designar como geografia regional aquela que divide o mundo em regiões
que se diferenciam por aspectos físicos e não por fronteiras políticas.
A
região pode definir-se como uma área homogénea que pode resultar de
diversos fatos. Por exemplo, podem existir regiões de formação natural
(geológicas, botânicas, climáticas, etc.) que são o resultado das ação
de vários agentes causadores do Intemperismo e regiões humanizadas
(agrícolas, industriais, culturais, demográficas, históricas, etc.) que
resultam da atividade do homem.
Existe
uma grande variação no que se refere aos limites regionais, isso faz
com que os geógrafos em muitas situações utilizem unidades
administrativas para tentarem efetuar a sua síntese regional. O
precursor da geografia regional foi Vidal de la Blache (1845-1918),
pertencente à escola geográfica francesa.
A
geografia regional também é considerada uma abordagem do estudo das
ciências geográficas (de forma semelhante à geografia quantitativa ou às
geografias críticas). Essa abordagem era prevalescente durante a
segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX também
conhecida como o período do paradigma geográfico regional, quando a
geografia regional tomou a posição central nas ciências geográficas. Foi
posteriormente criticada por sua descritividade e a falta de teoria
(geografia regional como abordagem empírica das ciências geográficas).
Um criticismo massivo foi levantado contra essa abordagem nos anos 50 e
durante a revolução quantitativa. Os principais críticos foram Kimble2 e
Schaefer.
O
paradigma da geografia regional teve impacto em muitas das ciências
geográficas (como a geografia econômica regional ou a geomorfologia
regional). A geografia regional ainda é ensinada em algumas
universidades como o estudo das principais regiões do mundo, como a
América do Norte e Latina, a Europa, a Ásia e seus países. Além disso, a
noção de uma abordagem de cidade-regional ao estudo da geografia ganhou
crédito no meio dos anos 90 depois dos trabalhos de pessoas como Saskia
Sassen, apesar de ser também criticada, por exemplo por Peter Storper.
Referências Bibliográficas
Luis
Lopes Diniz Filho. Fundamentos epistemológicos da geografia. Curitiba:
IBPEX, 2009 (Metodologia do Ensino de História e Geografia, 6)
Kimble,
G.H.T. (1951): The Inadequacy of the Regional Concept, London Essays in
Geography, edd. L.D. Stamp and S.W. Wooldridge, pp. 1951-174.
Schaefer,
F.K. (1953): Exceptionalism in Geography: A Methodological Examination,
Annals of the Association of American Geographers, vol. 43, pp.
226-245.
MacLeod, G. and Jones, M. (2001): Renewing The Geography of Regions, Environment and Planning D, 16(9), pp. 669-695.
geografia regional. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-04-18].
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Política de moderação de comentários:
O autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.