Cosmologia
É considerada uma área de estudos mais abrangente. A
palavra é a junção de “cosmo” (relativo ao universo, ao mundo, a tudo
que existe) e “logia” (estudo). Ela estuda a origem, a estrutura e a evolução do universo, seu passado e seu futuro. Está preocupada com a linha do tempo do universo como um todo.
O estudo da
forma do universo foi verificada durante anos e chegou-se à conclusão
de que o universo teria uma forma plana. De acordo com o estudo e
verificação da radiação de fundo cósmico (temperatura) as galáxias estão
há uma distância, uma das outras, equivalente à forma plana. Se o
universo apresentasse uma curvatura para fora, como a metade de uma
bola, as galáxias deveriam estar mais agregadas uma as outras. Se o
universo tivesse uma forma geométrica semelhante a uma cela de cavalo as
galáxias deveriam estar mais afastadas entre si.
Einstein
apresentou seu maior trabalho em 1915 que foi de fundamental importância
para a astronomia e cosmologia. O físico alemão propôs a Teoria da
Relatividade Geral, em que cada evento pode possuir resultados e tempos
diferentes para observadores em pontos distintos.
A cosmologia dos nossos
dias é vista como uma ciência moderna. No entanto esta área do
conhecimento é quase tão antiga como a humanidade. Mesmo antes de uma
correcta formulação das questões, as preocupações cosmológicas estão já
presentes nos povos mais primitivos, há dezenas de milhares de anos.
Traduzem necessidades intelectuais, são preocupações de carácter
filosófico, e por isso, todas as culturas têm uma cosmologia. O pensamento
cosmológico tem sido sempre uma componente importante no desenvolvimento
da civilização humana ao longo de toda a sua história. Não é exagero
dizer-se que, enquanto área do conhecimento, a cosmologia foi desde sempre
determinante no desenvolvimento de todas as civilizações, e em particular
da civilização ocidental.
Astrofísica
Por fim, tem como objeto de estudo o mesmo que a
astronomia (ou seja, corpos celestes e fenômenos), mas sob a ótica
específica da física. Apoiado em diversas áreas do conhecimento físico,
tais como a física nuclear e a mecânica quântica, o astrofísico se
aprofunda em estudos que fogem da alçada do astrônomo, e vice-versa. Há
estudos mais generalistas da astronomia que não fazem parte da rotina de
pesquisa de um astrofísico.
A moderna Astrofísica brasileira começou no final da década de 60,
quando Abrahão de Moraes, então diretor do IAG, planejou enviar
alguns jovens promissores à Europa, com o objetivo de formar um núcleo
básico em torno do qual um grupo de pesquisa se formaria. Antes disto,
houve apenas um breve (mas brilhante) burst de criatividade na
USP, com o trabalho de Mario Schemberg, infelizmente descontinuado,
e também o pouco que havia restado da tradição centenária do
Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.
Com a volta daqueles pesquisadores, pequenos núcleos efetivamente se
formaram no IAG e ITA, e a Astrofísica iniciou um crescimento
que ainda hoje, quase 30 anos depois, continua.
Diversos artigos recentes têm abordado aspectos relacionados
aos principais fatos
ocorridos neste período, em particular o volume editado quando dos
20 anos da SAB (Barbuy et al. 1994), e alguns trabalhos publicados no
Boletim da SAB (Marques dos Santos 1989, 1996; Maciel 1988, 1994;
Viegas 1994; Freitas Pacheco 1996).
Neste trabalho, é feita uma análise preliminar das principais
tendências da Astrofísica brasileira nos últimos 25 anos, com
base principalmente nos trabalhos apresentados nas reuniões da SAB.
A sociedade, fundada em 1974, rapidamente assumiu o papel de congregar
a grande maioria dos astrônomos em atividade no país, de modo que uma
análise dos trabalhos apresentados nas reuniões anuais
poderá ser considerado como um primeiro indicador da evolução das
atividades de pesquisa no país. Certamente não é o único, e
talvez nem seja o mais importante, mas seria muito difícil entender
a evolução da pesquisa em Astrofísica no Brasil sem levar em conta
a natureza e evolução dos trabalhos apresentados nas reuniões, o
que pode então ser considerado como um primeiro passo nesta tarefa.
O trabalho se refere especificamente à pesquisa em Astrofísica,
embora alguns dados globais correspondam à Astronomia de maneira
geral, incluindo então as áreas de Astronomia
Fundamental, Astronomia Dinâmica, História da Astronomia e Ensino
de Astronomia. Além disto, procurou-se traçar uma linha, reconhecidamente
arbitrária, entre a Cosmologia mais ligada à Astrofísica e
aquela mais ligada à Relatividade e Física de partículas.
2. INSTITUIÇÕES DE PESQUISA
A pesquisa em Astronomia no país é feita essencialmente nas
17 instituições mostradas na tabela 1. Quase todas realizam
pesquisas em Astrofísica, com exceção daquelas
marcadas com um asterisco (*), em que os pesquisadores dedicam-se
essencialmente à Astronomia Dinâmica. Instituições que
realizam trabalhos relacionados com a Astronomia, como o CBPF e
alguns institutos de Física, não estão incluídos.
A distribuição
geográfica destas instituições é bastante heterogênea,
estando todas elas localizadas nas regiões sudeste e sul, com
exceção do grupo da UFRN, situado em Natal.
Instituição | doutores | % | |
---|---|---|---|
1 | IAG/USP | 51 | 31.9 |
2 | ON/CNPq | 36 | 22.5 |
3 | INPE/MCT | 24 | 14.9 |
4 | UFRGS | 9 | 5.6 |
5 | UNESP* | 7 | 4.3 |
6 | UFMG | 4 | 2.5 |
7 | LNA/CNPq | 4 | 2.5 |
8 | OV/UFRJ | 4 | 2.5 |
9 | UFSM | 4 | 2.5 |
10 | UFRN | 3 | 1.9 |
11 | UERJ | 3 | 1.9 |
12 | UFF | 3 | 1.9 |
13 | UFV | 2 | 1.3 |
14 | UEL | 2 | 1.3 |
15 | UFSC | 2 | 1.3 |
16 | UFES | 1 | 0.6 |
17 | UFPR | 1 | 0.6 |
A distribuição dos doutores nas diversas instituições é
também muito heterogênea, como indicado na colunas 3 e 4 da
tabela 1. Estes dados incluem tanto o pessoal contratado como também
os pós-docs. Vemos que apenas as três primeiras instituições,
IAG, ON, INPE (incluindo o CRAAE), concentram cerca de 70% dos doutores em atividade.
Por outro lado, diversas universidades federais iniciaram um processo
de criação de núcleos de pesquisa em Astrofísica, como a
UFES, UFV, UFSM e UFSC. Em vista da saturação e dificuldade de
contratação de pessoal nas instituições maiores, estes pequenos
núcleos têm um papel essencial na absorção de pessoal,
o que tem sido facilitado pelos progressos
na área de informática e pela interligação das instituições
através da internet. É fundamental
que estes pequenos grupos tenham todo o apoio possível da SAB e
dos grupos já constituídos.
Os principais instrumentos de pesquisa na área de Astrofísica em
operação no país são o telescópio óptico refletor
Boller & Chivens de 1.60 m instalado no LNA, em Brasópolis, MG, e
a antena de 13.7 m instalada em Atibaia, SP. Os demais são instrumentos
de pequeno porte, como os refletores do IAG/USP-LNA (Boller &
Chivens, 60 cm), LNA (Zeiss, 60 cm), UFMG (Zeiss, 60 cm), UFRGS
(Zeiss, 50 cm). Quase todos estes instrumentos, e em particular os
dois mais importantes, foram projetados na década de 60, refletindo
a dificuldade encontrada pelos astrofísicos brasileiros na
definição de um projeto instrumental de médio porte nos
últimos 25 anos. Como veremos na seção 3, existe um
contraste visível entre a pujança da Astrofísica brasileira
e a exiguidade dos meios de observação disponíveis.
Referências
http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20032/Anamaria/cosmologia.html
http://www.mat.uc.pt/~enaa13/resumos/PauloMauricio.html
http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/astro25/astro25.html
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